O universo do Malandro

É só pra deixar com vontade, porque os ingressos estão esgotados. Estreia nesta sexta-feira, 29, às 20h30, no Teatro Fernanda Montenegro, a segunda temporada do musical “Ópera do Malandro”, com direção artística e arranjos do maestro Anderson Nascimento para o Boca Bendita, grupo vocal formado por cantores e cantoras de Curitiba. A primeira apresentação foi em 2019 e ao longo do isolamento da pandemia da covid-19 o grupo ensaiou em reuniões online.

A “Ópera do Malandro” é considerada o mais emblemático dos musicais brasileiros. Composta por Chico Buarque, estreou em 1978, inspirada nos clássicos Ópera dos Mendigos de John Gay, e A Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht e Kurt Weill.

Reunindo música, dança e encenação, a montagem curitibana tem uma hora e meia de duração. Cenário e figurinos de época, e os clássicos da peça musical – como Teresinha, Geni e o Zepellin, a Volta do Malandro, Pedaço de Mim – levam ao público um retrato crítico dos anos 40, a partir das cenas em um cabaré.

Elenco de gente comum e apaixonada
A trupe de 30 cantores que integra o grupo Boca Bendita – oriundo do grupo Paraná Em Canto – se reúne semanalmente em uma sala cedida pela Paróquia do Bom Pastor, no bairro Vista Alegre das Mercês. Parte dos participantes tem mais de 50 anos e junta o prazer de cantar a alguma experiência em grupos corais e vocais.

Mas não se trata de um projeto marcado pela faixa etária. Professores, engenheiros, psicólogos, arquitetos, advogados e outros profissionais de diferentes áreas, alguns já aposentados, somam suas vozes a jovens talentos, numa troca sem preconceitos. O traço em comum é a paixão por cantar, e incluir o canto no projeto de vida. Muitas histórias de superação pessoal se escondem por trás da alegria que marca os ensaios. São narrativas que vão da timidez crônica ao reencontro com o prazer de viver, após períodos de tristeza e depressão.

Maestro, arranjador e pianista – o diretor da Ópera do Malandro
Anderson Nascimento tem no currículo passagens pelo icônico grupo vocal Garganta Profunda, grande sucesso nos anos 90 sob a regência do já falecido maestro carioca Marcos Leite, que
também dirigiu o grupo Brasileirão, em Curitiba. Pupilo de Marcos Leite, Nascimento também rege outros grupos, como o Gogó à Brasileira, que nas últimas duas décadas têm desfilado o melhor da MPB nos palcos locais.

Atua como diretor de grupos vocais e corais no Paraná e Santa Catarina. Ex-cantor e diretor adjunto do Vocal Brasileirão (1998 a 2006), no qual trabalhou com o Maestro Marcos Leite. Atualmente é diretor do Grupo Vocal “Gogó à Brasileira”, Madrigal Cantate Domino – Bom Pastor e Salette (PR), Vocal Paraná em Canto (PR), Quarteto Masculino Kharys (PR), Grupo Vocal do Graciosa Country Club (PR) e Coro da Universidade do Estado de Santa Catarina (Joinville – SC). Foi aluno dos professores José Eduardo Gramani (SP/PR), Benjamim Talbkin (SP), Leandro Braga (RJ), Antonio Adolfo (RJ), Ian Guest (Hungria/RJ/MG), Samuel Kerr (SP), José Pedro Boéssio (RS), Marcos Leite (RJ), Roberto Duarte (RJ), Osvaldo Ferreira (Portugal), José de Barros (EUA/BR), Dr. Larry Hensel (USA), Marconi Araújo (SP), Maria Tereza Peres (Cuba), Madalena Bernardes (RJ),
Consiglia Latorre (SP), Babaya (MG) e Giovanni Luisi (Itália).

Foi professor nos cursos de prática de conjunto vocal e coral/montagem de espetáculo, no
Conservatório de Música Popular Brasileira de Curitiba – PR desde 2000, e de Canto Coral da
EMBAP (Escola de Música e Belas Artes do Paraná), em 2009. Ministra oficinas de dinâmica de grupo vocal e prática de montagem de espetáculo em vários estados brasileiros, tendo atuado com docente nos Festivais de Música de Londrina (2005 e 2006), Festival de Inverno da UFPR (2002, 2006 e 2008), Simpósio de Música da Faculdade de Artes do Paraná (2007), entre outros realizados por Fundações Culturais, Universidades e Institutos de Música dos estados do Sul, Sudeste e Nordeste. Desde 2010 é maestro do Coro da Universidade do Estado de Santa Catarina, na cidade de Joinville

Grupo Vocal Boca Bendita
A proposta do Grupo Vocal Boca Bendita é desenvolver repertório específico sobre a história
da MPB. Em 2019, estreia seu segundo grande espetáculo, a Ópera do Malandro, de Chico
Buarque de Holanda, sob regência do maestro Anderson Nascimento. Iniciou suas atividades
em 2008 como Coral do Sindicato dos Trabalhadores da Justiça do Trabalho do Paraná. Em 2012 passou a ser o Coral do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região do Paraná e, em 2016, se transformou em Grupo Vocal com o nome Paraná em Canto, sem vínculo institucional com o TRT. Em 2022, adotou o novo nome, Grupo Vocal Boca Bendita, para se consolidar como orquestra de vozes.