Em tempos de pandemia, muitos hábitos por vezes rotineiros precisaram ser repensados. O retorno às aulas é um deles.
Neste momento, em que se discute o formato do ensino – presencial, online ou híbrido – é preciso direcionar a atenção também para outro cuidado, que vai muito além da higiene e distanciamento – tão necessários.
O psicoterapeuta Umberto Anselmi explica que tanto alunos como professores vivem um momento delicado do ponto de vista psicológico. “Não é possível esquecer tudo o que todos passados neste último ano. O afastamento do cotidiano, o estresse derivado do desconhecido e por fim, o aprendizado do novo traz uma carga emocional muito grande”, explica.
Apesar de muito aguardado para pais, professores e alunos, o retorno às aulas demanda reflexão por parte de todos os envolvidos. “Aqui não cabe a nós, do ponto de vista psicológico, discutir se é o momento ou não, mas sim, os impactos deste retorno ou do adiamento dele na vida das pessoas”, afirma Anselmi.
Há fatores individuais a serem analisados. “O ambiente escolar é muito importante para os alunos de todas as idades. É uma referência de vida em sociedade, convivência, geração de alegrias e conflitos que não pode ser ignorado. Administrar as expectativas, os medos e inseguranças de cada aluno exigirá dos pais – e também dos professores – muita paciência e desprendimento”, diz o psicólogo.
E aconselha. “Não há fórmula mágica. Mas acredito que não desmerecer o medo, a insegurança e trabalhar com possibilidades, apontando possíveis ganhos com esse enfrentamento é um caminho”.